quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Biologia - Reino Fungi


A importância dos fungos

           Os fungos são popularmente conhecidos como bolores, mofos, leveduras, cogumelos e orelhas-de-pau. Esses organismos eucariontes se alimentam por absorção de nutrientes do meio onde vivem. Para isso, produzem enzimas que são liberadas no meio, digerindo a matéria orgânica; os produtos desse processo são absorvidos pelo fungo. 
A maioria dos fungos atua como decompositores e, com as bactérias decompositoras, são responsáveis pela degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Assim, os fungos contribuem de modo fundamental no ciclo da matéria nos ecossistemas.
            Apesar desse aspecto positivo de decomposição, esse processo realizado pelos fungos é responsável pelo apodrecimento de alimentos e de madeiras, provocando sérios prejuízos econômicos.
            A importância dos fungos também está relacionada ao seu uso como alimento. Certas espécies de cogumelos, como o champignon, o shiimeji e o shiitake, são muito apreciadas na culinária. Há, no entanto, cogumelos alucinógenos que causam danos à saúde humana, podendo provocar a morte. Assim, não se deve ingerir cogumelos sem saber a procedência deles e se são comestíveis.
            Os fungos podem atuar como parasitas de plantas e de animais. A ferrugem que afeta cafeeiros e outras plantas é um exemplo.
            As micoses que surgem na pele humana também são parasitoses causadas por fungos. São exemplos de micose o pé-de-atleta e a pitiriase. O sapinho é uma doença comum especialmente em crianças e é causada por fungos do gênero Cândida, que provocam múltiplos pontos brancos na boca. Essas mesmas espécies causam as candidíase vaginais, doenças sexualmente transmissíveis.

Características gerais dos fungos

            O nome da ciência que estuda os fungos é Micologia (do grego mykes, que significa cogumelos).
            O corpo dos fungos é formado primitivamente por filamentos delgados chamados hifas, que, em conjunto, formam um micélio. O micélio não é considerado um tecido. As hifas propiciam uma grande área em relação ao volume, condição que se mostrou bastante vantajosa na evolução desses organismos, que dependem da absorção de nutrientes do meio.
            Em algumas espécies de fungos, as hifas são formadas por uma massa citoplasmática única, na qual estão imersos vários núcleos, sendo denominadas hifas cenocíticas (ceno= comum; cito= célula). Em outras espécies, as hifas são septadas, isto é, apresentam septos transversais internos que delimitam células com um ou dois núcleos; nesses septos existem poros por onde há comunicação entre o citoplasma dessas células.
            No caso de o fungo apresentar micélio, este pode se diferenciar em vegetativo e reprodutor.
            O micélio vegetativo é formado por hifas que ficam imersas no substrato e dele retiram o alimento necessário para a sobrevivência do fungo. Em ambiente úmido e rico em matéria orgânica, as hifas desse micélio podem crescer rapidamente. Esse crescimento ocorre nas extremidades das hifas, que vão penetrando cada vez mais no substrato, explorando-o na obtenção de alimento.
            O micélio reprodutor é composto de hifas responsáveis pela formação de esporos, células com envoltório resistente que, ao germinarem, dão origem a um novo indivíduo.
            No cliclo de vida dos fungos, geralmente há duas fases que se alternam: uma assexuada e outra sexuada. Muitos fungos permanecem longos períodos na fase assexuada, produzindo esporos por mitose, mas um estímulo pode iniciar a fase sexuada. Esse estímulo acontece, especialmente, quando ocorrem alterações ambientais.
            Na fase sexuada, núcleos haplóides de hifas distintas se associam e atuam como gametas. Na fecundação os gametas se fundem, formando zigotos diplóides, que sofrem meiose. Como não há diferenças morfológicas entre as hifas que se associam, não se fala em sexos masculino e feminino: em vez disso, adota-se, por convenção, os sinais + e- para difrencialá-las. Nos fungos, a meiose é sempre zigótica, sendo o zigoto a única etapa diplóide do ciclo de vida desses organismos.
            As células dos fungos apresentam parede celular formada basicamente por quitina, polissacarídeo presente também em estruturas de certos animais, como as carapaças de artrópodes.
            A substância de reserva é o glicogênio, a mesma que nos animais.

Curiosidades: Fungo gigante

            O micélio vegetativo de um único indivíduo da espécie Armillaria ostoyae, que ocorre no estado de Oregon (EUA), expande-se por cerca de 8,9 km² de área e provavelmente deve ter 2 400 anos e centenas de toneladas, o que o qualifica como o maior organismo da Terra.

Micorrizas

            Algumas espécies de fungo vivem em associação mutualística com outros organismos.
            Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas, formando as micorrizas (raízes que contêm fungos). Nesses casos, os fungos absorvem água do solo, degradam matéria orgânica e absorvem os nutrientes liberados, transferindo-os em parte para a planta, que assim cresce mais sadia. A planta, por sua vez, cede ao fungo açúcares e aminoácidos de que ele necessita como alimento.
            As micorrizas são extremamente importantes nos ecossistemas. A maioria das plantas vasculares forma micorrizas, especialmente micorrizas do tipo arbuscular, nas quais as hifas produzem estruturas ramificadas (arborescentes) dentro do citoplasma de células das raízes. Há também micorrizas em plantas avasculares.

Classificação dos fungos

            Os fungos provavelmente evoluíram a partir dos mesmos ancestrais que originaram os animais: unicelulares eucariontes heterótrofos coloniais eu viviam em ambiente aquático e que apresentavam flagelos em uma fase do ciclo da vida.
            As características que definem esses organismos: parede celular de quitina, hifas, reprodução por meio de esporos e alimentação por absorção de nutrientes do meio.
            Essas características estão presentes nos quatro grupos que hoje se considera como pertencentes ao Reino Fungi, que seria monofilético.
            Logo no inicio da evolução dos fungos, o primeiro grupo que deve ter surgido é o dos Chytridiomycota (quitridiomicetos ou quitridios). Seus esporos são flagelados e recebem o nome de zoósporos (zôo= animal; é comum o uso do prefixo zôo para estruturas com capacidade de deslocamento em função da noção antiga de que só os animais se deslocavam). Os quitrídeos vivem em solos úmidos, em água doce e no mar; alguns são parasitas de plantas e animais.
            Na linhagem que deu origem aos demais grupos houve perda de flagelo. Assim todos os Zygomycota (zigomicetos), Ascomycota (ascomicetos) e Basidiomycota (basidiomicetos) não apresentam esporos flagelados em seus ciclos de vida. Os esporos são sempre imóveis e transportados pelo vento, o que propícia a dispersão da espécie em ambientes aéreo.

Zigomicetos

            Os zigomicetos abrigam espécies que têm sido utilizadas na elaboração de produtos comerciais, como molho de soja, ácidos orgânicos, esteroides, pílulas anticoncepcionais e drogas anti-inflamatórias. Várias espécies formam micorrizas.
            O corpo dos zigomicetos é composto por hifas cenocíticas, mas há também representante unicelulares.
            O exemplo mais marcante do grupo é o bolor preto, da espécie Rhizopus stolonifer, comum no pão.

Ascomicetos

            Esse é o grupo que reúne o maior número de espécies dentre os fungos. Existem espécies unicelulares e espécies que formam hifas septadas.
            Dentre os ascomicetos, estão espécies capazes de produzir substâncias que atuam como antibióticos e que, portanto, combatem bactérias.
            Algumas espécies de ascomicetos são utilizadas nas indústrias de laticínios.

Basidiomicetos

            São exemplos de basidiomicetos os cogumelos do gênero Agaricus, apreciados como alimento e o fungo chamado orelha-de-pau.
            A característica marcante do grupo é o tipo de esporo produzido por meiose na fase sexuada do ciclo: basidiósporo.


Curiosidades: Fermentação 

            O pão que comemos necessita de um fungo, que age como fermento biológico. A rápida multiplicação do fungo produz minúsculas bolhas de gás carbônico, fazendo com que a massa cresça. Essa levedura é o Sccharomyces cerevisiae, fungo unicelular, base para muitas indústrias, além da panificação. A cerveja e todas as bebidas alcoólicas feitas a partir de fermentação também são produtos fúngicos.

Líquenes

            Os líquenes (ou linquens) são associações geralmente mutualísticas entre fungos e algas verdes unicelulares, ou entre fungos e cianobactérias. De maneira geral , os fungos que participam dessa associação são ascomicetos; mas raramente há líquenes com basidiomicetos.
Nos líquenes, a alga, que é autótrofa, realiza fotossíntese e, assim, produz alimento utilizado por ela e pelo fungo. Este, que é heterótrofo, oferece proteção a alga, além de reter sais e umidade, necessários a ambos.
Os líquenes podem se instalar em troncos de árvores, rochas, muros e postes.
A reprodução se faz principalmente por meio de propágulos vegetativos denominados sorédios. Cada sorédio é formado por poucas algas envoltas por algumas hifas dos fungos. É uma estrutura pequena, facilmente transportada pelo vento. As algas e os fungos podem se reproduzir independentemente da formação de sorédios. Os fungos formam corpos de frutificação que ficam evidentes nos líquenes.

Exercícios

1 – ) Foram feitas três afirmações a respeito dos líquens:
I. são organismos que a reprodução se faz principalmente por meio de prpágulos vegetativos denominados sorédios. 
II. os dois tipos de organismos que constituem um líquen são capazes de produzir glicose e oxigênio utilizando gás carbônico, água e energia luminosa.
III. os organismos que constituem um líquen apresentam uma relação mutualística.
Assinale
a) ( ) se apenas uma das afirmações estiver correta.
b) ( ) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
c) (x) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
d) ( ) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.

2 – ) Um grupo de organismos apresenta as seguintes características entre seus representantes:
# secretam enzimas digestivas que degradam grandes moléculas de alimento do
ambiente, depois absorvem os produtos da degradação;
# outros são parasitas absorvendo nutrientes de hospedeiros vivos;
# e outros ainda podem manter relações mutualísticas com outros organismos.
Assinale o grupo que apresenta às características mencionadas.
a) ( ) algas.
b) (x) fungos.
c) ( ) briófitas.
d) ( ) protistas.

3 – ) O pediatra, após observar múltiplos pontos brancos na mucosa da boca de um recém-nascido, diagnosticou a doença como sapinho. À mãe da criança, tranquilizando-a, corretamente informou tratar-se de uma doença causada por:
a) ( ) protozoários
b) ( ) bactérias
c) ( ) vírus
d) (x) fungos

4 – ) A candidíase é uma doença oportunista que geralmente se instala quando o indivíduo está com suas defesas debilitadas. É causada por
a) ( ) protozoários
b) ( ) bactérias
c) ( ) vírus
d) (x) fungos

5 – ) Indique a alternativa que contém as características que são comuns aos fungos e aos animais e que podem ser consideradas como fatores que levam a uma proximidade filogenética.

a)     ( ) Vacúolo contrátil, exoesqueleto, glicogênio.
b)     ( ) Quitina, glicogênio e heterotrofia.
c)      (x) Estruturas locomotoras, quitina, heterotrofia.
d)     ( ) Vacúolo contrátil, exoesqueleto e heterotrofia.

Bibliografia

LOPES, Sônia. ROSSO, Sergio. Bio. Vol 3. Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.

PLANETABIO. Exercícios de Vestibular.  Anais eletrônico. em: < http: / / www . planetabio . com / monerasprotistasfungos . pdf >. Acesso em 28 de fevereiro de 2013.








segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Biologia - Vírus


Vírus 

A estrutura dos vírus


Antes de aprofundar o estudo sobre os vírus, é importante relembrar que existe uma discussão sobre considerá-los ou não como seres vivos e se eles realmente fazem parte dos sistemas de classificação.
Vamos defini-los como formas particulares de vida. Eles são parasitas intracelulares obrigatórios, pois só se reproduzem no interior de uma célula hospedeira.
Os vírus agem sobre tipos celulares específicos: os que infectam bactérias são chamados bacteriófagos ou simplesmente fagos. Há também os que infectam protistas, fungos, plantas ou animais. Os mais estudados são os bacteriófagos, os vírus de plantas e os de animais.
        Os vírus de estrutura mais simples apresentam basicamente uma cápsula protéica (capsídeo) envolvendo o material genético. O conjunto capsídeo mais material genético forma o nucleocapsídeo. Dependendo do tipo de vírus, o material genético pode ser o DNA ou RNA.
        Alguns vírus são chamados envelopados porque apresentam um envelope lipoprotéico que envolve o nucleocapsídeo.
        Um exemplo de vírus envelopado é o HIV, causador da AIDS. O HIV é um virus de RNA e tem moléculas inativas de certas enzimas em seu interior.   

A descoberta dos vírus


        Em 1886, um químico ao estudar uma doença chamada mosaico do tabaco que afeta as folhas dessa planta, provou que a transmissão ocorria quando uma planta doente entrava em contato com uma sadia.
        Em 1898 foi realizado um experimento, já antes testado, em que passava um extrato de folhas de tabaco por um filtro fino de porcelana empregado para filtrar bactérias. Ele confirmou que o filtro não retinha o agente causador da doença.
        Na década de 1900, foi feita a distinção entre bactérias e esses agentes que passam por finos filtros: os vírus, termo que significa veneno no latim.
        Em 1935 conseguiram isolar pela primeira vez o vírus do mosaico do tabaco (TMV), tornando possível estudar os agentes virais.
A hipótese mais aceita é que os virus teriam surgido a partir das moléculas de RNA no inicio da vida assim como as células, de forma independente, e teriam coevoluído com elas, parasitando-as.

 Vírus de bactérias: os bacteriófagos


         Os bacteriófagos são vírus que infectam bactérias. Esses vírus apresentam basicamente dois tipos de ciclos reprodutivos: o ciclo lítico e o lisogênico. Esses dois ciclos iniciam-se quando o vírus adere à superfície da célula hospedeira e introduz nela o material genético viral.

Vírus de plantas


        A transmissão do vírus das plantas pode ser feita por um vetor (agente que inocula um parasita), como, por exemplo, um inseto, fungo ou verme.
Os efeitos mais comuns das infecções virais nas plantas são o surgimento de manchas em folhas, flores e frutos e o declínio na taxa de crescimento.

 Vírus de animais


        Esses vírus podem ser de DNA ou de RNA, envelopados ou não.
        Em todos os casos, ao longo do processo de infestação da célula hospedeira, capsídeos e envoltórios rompem-se e são degradados. As moléculas de ácido nucléico são liberadas e passam a comandar o metabolismo celular.

*Retrovírus: O RNA é inicialmente transcrito em DNA por meio de uma enzima especial denominada transcriptase reversa; esta enzima encontra-se inativa no vírus, mas assim que penetra na célula hospedeira, torna-se ativa. As moléculas de DNA recém-formadas incorporam-se ao DNA da célula e podem ser transcritas em moléculas de RNA, que passarão a comandar a síntese protéica. Esses são os retrovírus, como é o caso do vírus da AIDS e do câncer (HTLV).

Os vírus e a saúde humana


        Uma infecção acontece quando três fatores estão presentes: o agente etiológico, a transmissão propriamente dita e o hospedeiro.

*Agente etiológico (patógeno): Qualquer organismo capaz de causar uma infecção.

*Transmissão: meio de propagação do agente etiológico. As quatro principais vias são: por contato, por meio de um veículo (como objetos contaminados), pelo ar ou por um vetor (como, por exemplo, um inseto).

*Hospedeiro: organismo no qual o patógeno se instala e se reproduz, caso um dos mecanismos de defesa falhe.

AIDS


         A AIDS é causada pelo HIV, que é, como vimos um retrovírus envelopado.
        Essa síndrome caracteriza-se por um conjunto de infecções oportunistas que surgem devido à queda da imunidade.
A transmissão do vírus da AIDS pode ocorrer das seguintes maneiras:

*por contato sexual sem preservativo com pessoas portadoras do HIV;

*por transfusão de sangue ou transplante de órgãos contaminados pelo HIV;

*pelo uso de seringa ou outro material cirúrgico ou cortante não esterilizado contaminados pelo HIV;

*de mãe para filho, no caso de mulheres grávidas contaminadas pelo HIV, que podem transmitir o vírus para o filho através da placenta, no momento do parto ou na amamentação;

*por inseminação artificial com sêmen contaminado pelo HIV.

As principais medidas preventivas contra a contaminação pelo HIV são:

*implantar controles rígidos em bancos de sangue, de sêmen, de leite e de órgãos, para que não sejam disponibilizados materiais contaminados pelo HIV;

*usar apenas seringas descartáveis e materiais cirúrgicos esterilizados;

*conscientizar mulheres portadoras do HIV sobre os riscos da contaminação do bebê durante a gravidez, o parto e a amamentação.

*usar preservativo nas relações sexuais;

*evitar contato direto com o sangue de outras pessoas.

        O vírus da AIDS tem duas moléculas de RNA, protegidas por várias cápsulas protéicas, formando o nucleocapsídeo. Este é envolto pelo envelope, composto por uma camada dupla de fosfolipídeos derivada da membrana plasmática da célula hospedeira; nesta camada dupla estão imersas várias moléculas protéicas de origem viral.
        No interior do vírus existem moléculas inativas das enzimas transcriptase reversa, de uma integrase (que promove a integração do DNA viral ao DNA do cromossomo humano) e de uma protease (que atua principalmente na fase de organização final das proteínas virais).
        A infecção pelo HIV começa, então, quando proteínas do envelope desse vírus se unem ás proteínas receptoras CD4 das células humanas.
        A seguir, o envelope incorpora-se à membrana da célula e o nucleocapsídeo penetra no citoplasma.
        O capsídeo é degradado e as moléculas de RNA e de enzimas virais são liberadas. A transcriptase reversa transcreve o RNA viral em moléculas de DNA viral denominadas provírus.
        O DNA viral migra para o núcleo e é incorporado ao DNA da célula  hospedeira, por ação da enzima viral íntegrase. Desse modo, uma vez que o vírus esteja instalado, a infecção é permanente.

Doenças emergentes e ressurgentes


        Cientistas e especialistas em saúde pública chamam doenças emergentes aquelas cuja existência não era conhecida no planeta ou pelo menos na região em que apareceram, e doenças ressurgentes as que retornam com força após muito tempo sob controle. Essas doenças podem ser causadas por vírus ou bactérias. O exemplo mais conhecido de doença emergente é o da AIDS. Outro exemplo é a febre hemorrágica causada pelo vírus Ebola, letal para até 90% dos casos.

Resumo das principais doenças humanas causadas por vírus:


Doença: Gripe
Modo de transmissão: de uma pessoa para outra por gotículas de secreção.
Profilaxia: Vacinas contra a gripe devem ser tomadas todo os anos, especialmente por pessoas acima de 65 anos de idade.

Doença: Dengue
Modo de transmissão: por fêmeas do mosquito Aedes aegypti, que são hematófagas, que se alimenta de sangue.
Profilaxia: o controle da população de Aedes aegypti.

Doença: Varíola
Modo de transmissão: é feita pela saliva e pelo uso de objetos, como talheres e copos contaminados pelo vírus.
Profilaxia: pela vacinação.

Doença: Raiva
Modo de transmissão: principalmente pela mordida de animais infectados.
Profilaxia: a vacinação de cães e gatos contra raiva.

Exercícios


1 Todos os vírus são constituídos por:
a) DNA e proteínas.
b) aminoácidos e água.
c) ácidos nucléicos e proteínas. (x)

2 Todos os vírus:
a) só se reproduzem no interior de células (x)
b) são parasitas de vegetais superiores
c) são patogênicos para o homem

3 A palavra célula, etimologicamente, vem de cela, que quer dizer pequena cavidade. Todos os organismos vivos são formados por células, à exceção dos(as):
a)Fungos
b) Bactérias
c) Vírus (x)

4 Qual dos grupos apresentados reúne apenas doenças causadas por vírus?
a) Rubéola, poliomielite, tétano, febre amarela e malária.
b) Hepatite infecciosa, febre amarela, rubéola, poliomielite e varíola. (x)
c) Malária, catapora, caxumba, sarampo e rubéola.

5 "Nesta cidade, vacinação antirrábica. Não deixe de levar seus cães e gatos".
A Vigilância Sanitária promove, ao longo do ano, campanha para a vacinação antirrábica de cães e gatos. Nessas campanhas, as pessoas não são vacinadas porque:
a) com os animais vacinados, é menor a probabilidade dos humanos contraírem a doença. (x)
b) a raiva só ocorre em humanos quando contraída através da mordida de morcegos.
c) ainda não existe uma vacina específica para os humanos.

Bibliografia

ESTUDANTE DIGITAL. Exercícios de Biologia - Vírus. Anais eletrônico. Estudante Digital. em < http://www.estudantedigital.org/2012/07/exercicios-resolvidos-de-biologia-virus.html >. Acesso em 21 de fev. 2013.

LOPES, Sônia. ROSSO, Sergio. Bio. Vol 3. Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.







Biologia - Classificação dos seres vivos

Classificação dos seres vivos

Introdução

O homem tem a necessidade de dar nome a tudo o que ele conhece para organizar seu conhecimento. Sendo assim, um dos trabalhos fundamentais da ciência é nomear todos os seus objetos de estudo e classificá-los, segundo critérios definidos, para facilitar a sua identificação quando for necessário. 
Os critérios de classificação são definidos pelos seres humanos, e assim os grupos se estruturam. Em um trabalho de classificação, portanto, o primeiro passo é estabelecer um único critério. 

Taxonomia e sistemática


Ainda que muitas vezes os termos taxonomia e sistemática sejam tratados como sinônimos, há os que preferem restringir taxonomia apenas para o trabalho de dar nomes e descrever espécies ou outras categorias taxonômicas, aplicando o termo sistemática para um campo mais amplo, que inclui a taxonomia e o estudo das relações evolutivas (filogenia) entre os diferentes grupos de seres vivos.
 Os sistemas de classificação que não se baseiam em relações de parentesco evolutivo entre os grupos de seres vivos são considerados artificiais, enquanto os sistemas que procuram compreender essas relações são chamados naturais.

Systema Naturae - Karl Von Linné (Lineu)


Karl Von Linné, vulgarmente conhecido por Lineu, foi um notável médico e botânico sueco do século (1707- 1778). Seu trabalho estabeleceu um grande marco na classificação dos seres vivos. Lineu, que era fixista, propôs em seu livro Systema Naturae um sistema artificial de classificação dos seres vivos. Apesar de não considerar as relações de parentesco evolutivo entre os organismos, esse sistema é empregado, com algumas modificações, até hoje.
            No sistema de Lineu a unidade básica da classificação é a espécie, entendida como grupos de seres vivos semelhantes a um tipo ideal e imutável. Espécies semelhantes são agrupadas em um mesmo gênero. Gêneros semelhantes são agrupados em uma mesma família. Famílias são agrupadas em ordens, que são agrupadas em classes, que são agrupadas em filos ou divisões, que são agrupadas em reinos.

 Critérios para classificação dos seres vivos

* Semelhanças estruturais e anatômicas;
* Aspectos evolutivos, reprodutivos, fisiológicos e celulares da espécie;
* Presença de um ancestral comum.

Alguns exemplos de classificação:

Homem
Reino               Animália
Filo                  Chordata
Classe              Mammalia
Ordem             Primata
Família             Homonidae
Gênero            Homo
Espécie           Homo Sapiens

Rosa
Reino               Plantae
Filo                  Angiospermae
Classe              Dicotiledonea
Ordem             Rosales
Família             Rosacea
Gênero             Rosa
Espécie            Rosa centifolia

            Com a aceitação das idéias evolutivas, as categorias lineanas foram mantidas e até mesmo ampliadas, mas elas passaram a ser interpretada de maneira diferente, procurando contar a história evolutiva de cada grupo. Assim, espécies de um mesmo gênero são mais aparentadas entre si do que com espécies de outros gêneros. Gêneros pertencentes a uma mesma família são mais aparentados entre si do que gêneros pertencentes a outras famílias, e assim por diante.
            Atualmente, são sete categorias obrigatórias hierárquicas constantes do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica ( referente aos animais) e do Código Internacional de Nomenclatura Botânica (referente às plantas):

Reino -> Filo -> Classe -> Ordem -> Família -> Gênero -> Espécie

Além dessas, muitas vezes utilizam-se categorias intermediárias e não obrigatórias, como subfilo, infraclasse, superordem, subordem, superfamília, subfamília e subgênero. Outra categoria taxonômica não obrigatória e que é inferior à espécie é a subespécie.

Espécie

Espécie é o conjunto de seres semelhantes, capazes de se cruzar em condições naturais produzindo descentes férteis. Porém com a aceitação da idéia evolutiva, as espécies deixaram de ser vistas como grupos estáticos de seres vivos e passaram a ser assim conceituadas:

Conceito biológico de espécie: Grupos de populações naturais real ou potencialmente intercruzantes, que são reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos.

            O isolamento reprodutivo é um fator – chave para se considerar duas populações como sendo de espécies distintas. Há exemplos, entretanto, de espécies que vivem no mesmo local e que, eventualmente, podem se cruzar, produzindo híbridos férteis. É o caso das espécies de patos de água doce Anãs acuta e Anãs platyrhincos. Na natureza, indivíduos dessas espécies nidificam lado a lado, mas praticamente não há cruzamento entre eles. O cruzamento entre os indivíduos dessas duas espécies é extremamente raro, da ordem de um híbrido para muitos milhares de descendentes. Além disso, os híbridos, apesar de férteis, não se reproduzem por não conseguirem atrair parceiros. A explicação para isso se baseia no comportamento de corte dessas espécies: machos e fêmeas de uma espécie são atraídos por estímulos sensoriais que não tem efeito sobre machos e fêmeas de outra espécie.
            O conceito biológico de espécie só é válido para organismos com reprodução sexuada, já que aqueles com reprodução assexuada são agrupados em espécies de acordo com semelhanças entre características morfológicas, fisiológicas e genéticas.

Alguns exemplos de cruzamento entre espécies diferentes:

Égua x Jumento = Burro ou Mula
Cavalo x Zebra = zebróide ou Zégua
Leão x Tigre = Libre
OBS: Geralmente, o híbrido é estéril (infértil).

Equus caballus x Equus asinus = Burro
OBS: O burro ou a mula é fruto do relacionamento entre uma égua e um jumento.

Equus caballus x Equus burchelli = Zégua
OBS: A zégua ou zebróide é fruto do relacionamento entre uma zebra e um cavalo.

Panthera leo x Panthera tigris = libra
OBS: O libre é fruto do relacionamento entre um leão e uma tigresa (leoa x tigre).

Regras de nomenclatura

Lineu também estabeleceu regras de nomenclatura que são utilizadas até hoje. Vejamos a regra para se escrever o nome da espécie e do gênero.
O nome da espécie é sempre duplo, formado por duas palavras escritas em itálico ou sublinhado. Usam-se sempre palavras em latim, que era a língua das pessoas cultas na época de Lineu. A primeira palavra corresponde ao nome do gênero e sempre deve ser escrita com a letra inicial maiúscula. A segunda palavra corresponde ao epíteto específico – palavra que especifica o gênero. Esta deve ser escrita sempre com inicial minúscula.
Como exemplo, vamos escrever o nome científico da espécie humana. O gênero ao qual pertence a espécie humana é denominado Homo. O epíteto específico é sapiens. Assim, o nome da espécie é Homo sapiens:

                   Espécie
               Homo sapiens
                 |                 |
             Gênero     Epíteto
                             Específico

Agora vamos mostrar outros exemplos e suas regras de nomenclatura:

Subespécie
* A nomenclatura de uma subespécie é trinominal;
* O nome deve ser escrito com inicial minúscula;
* O nome da subespécie deve ser colocado depois do termo específico.
Exemplo:
                    Nome científico da cascavel
                     Crotalus terrificus terrificus
                     |                     |                    |
                Gênero               |           Subespécie
                                      Espécie

Subgênero
* A nomenclatura de um subgênero é trinominal;
* A designação do subgênero aparece entre o gênero e o termo específico;
* O nome do subgênero deve ser escrito com inicial maiúscula e entre parênteses.
Exemplo:
           Nome científico de um mosquito
           Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi
            |                               |                         |
    Gênero                            |                  Espécie
                                  Subgênero

 REINOS – História da classificação

           
            O ser humano, por ser terrestre, vê ao seu redor dois grandes grupos de organismos com diferentes adaptações – as plantas, como as árvores, e os animais, como os vertebrados e os invertebrados visíveis a olho nu. Nitidamente esses dois grupos de organismos são tão distintos que um conceito dicotômico surgiu. Os conceitos de animal e planta foram desenvolvidos desde os tempos de Aristóteles, filósofo grego que viveu de 384 a 322 a.C.
            A dicotomia Animal e Planta foi mantida por Lineu, que também considerava em terceiro reino, o dos minerais.
            Inicialmente as limitações mais evidentes do sistema de dois reinos referiam- se a organismos com características consideradas intermediárias entre animais e plantas. O exemplo mais importante é o das euglenas, unicelulares fotossintetizantes que se deslocam no meio. Na época, a fotossíntese era considerada exclusiva das plantas e a locomoção, exclusiva dos animais.
            Um dos primeiros a quebrar a dicotomia planta/animal, foi Ernst Haeckel (1834 – 1919). Em 1866, ele propôs um terceiro Reino, Protista, e apresentou as relações evolutivas entre os grupos de seres vivos usando uma árvore da vida concebida na visão darwiniana de evolução.
            Em 1938, e depois, em 1956, Herbert Copeland (1902 – 1968) propôs um sistema de classificação do seres vivos em quatro reinos. O principal problema dessa proposta de Copeland é o Reino Protoctista, pois ele perde em unidade e clareza de definição em relação aos três outros reinos. Na tentativa de resolver esses problemas, Robert H. Whittaker (1924 – 1980) propôs, em 1959, e depois, em 1969, em uma versão mais completa e comentada, a classificação dos seres vivos em cinco reinos.

1. Reino Monera

* São organismos procariontes e unicelulares.
* Podem ser heterotróficos ou autotróficos.
* EX: bactérias, cianobactérias.

2. Reino Protoctista ou Protista

* São organismos eucariontes e uni/pluricelulares.
* São heterotróficos ou autotróficos.
* EX: protozoário, algas simples, algas pluricelulares, plasmódios.  

3. Reino Fungi

* São organismos eucariontes e uni/pluricelulares.
* São heterotróficos.
* EX: fungos.

 4. Reino Animalia

* São organismos eucariontes e pluricelulares.
* São heterotróficos.
* EX: animais.

5. Reino Plantae

* São organismos eucariontes e pluricelulares.
* São autotróficos.
* EX: plantas.

            Mesmo conhecendo o trabalho realizado desde 1970 pelo microbiologista Carl R. Woese (1928) e colaboradores, Marguilis e Schwartz não concordam com a interpretação dada por eles. Woese baseou-se na análise  do RNAr, um tipo de RNA presente em todos os seres vivos. Essas autoras preferiram uma interpretação com várias características moleculares e morfológicas. 


Sistemática filogenética


As principais escolas de classificação são: a evolutiva, que é a mais tradicional, e a filogenética ou cladística. A maior crítica que a escola filogenética faz  à evolutiva é que nesta falta um método adequado para testar hipóteses. A escola filogenética desenvolveu um método para conseguir estabelecer as relações evolutivas entre os grupos de seres vivos, com a menor subjetividade possível.
Nesse método, considera-se um grande número de caracteres, que podem ser anatômicos, fisiológicos, comportamentais, moleculares, dentre outros. Os dados são trabalhados muitas vezes por programas especiais de computador, elaborados para definir as relações evolutivas entre os organismos.
Quando comparamos as informações pela análise cladística com as da escola evolutiva, diferenças surgem. Um exemplo disso é o grupo dos peixes, que é uma classe na escola evolutiva, porém não é aceito pela cladística. Isso ocorre quando se aplica o método desenvolvido por esta escola, verifica-se que os peixes não têm origem a partir de um único grupo ancestral e, portanto, não formam um grupo.
De acordo com a sistemática filogenética, a evolução dos seres vivos ocorre por cladogênese e por anagênese, que seria a formação de novas espécies, separadas inicialmente, de maneira que cada população resultante tenha sua própria história evolutiva.
,A partir da interpretação da evolução, outras definições de espécie têm surgido, como a seguinte:

Conceito filogenético de espécie: População ou grupo de populações definidas por uma ou mais condições derivadas, constituindo o menor agrupamento taxonômico reconhecível.

Essa definição pode ser aplicada para organismos com reprodução assexuada ou para organismos com reprodução sexuada e pode ser empregada tanto para espécies recentes como para fósseis, pois ela não depende de se saber se há ou não reprodução e descendentes férteis.

 

Homologias x Analogias


HOMOLOGIA é a semelhança, quanto à estrutura, entre órgãos de espécies diferentes. Origem embrionária comum; os órgãos podem ter funções diferentes. Inclui a divergência adaptativa.
EX: Braço do homem
        Asa do morcego

ANALOGIA é a semelhança, quanto à função, entre órgãos de espécies diferentes. Origem embrionária distinta; muitas vezes os órgãos têm a mesma função. Inclui a Convergência adaptativa
EX: Asa de inseto
        Asa do morcego

Exercícios


a. O cão doméstico (“Canis familiaris”), o lobo (“Canis lúpus”) e o coiote (“Canis latrans”) pertencem a uma mesma categoria taxonômica. Esses animais fazem parte de um(a) mesmo(a).
1.(x) gênero
2.( ) espécie
3.( ) subespécie
4.( ) raça
5.( ) variedade

b. Considerando:

asa de morcego (1);
asa de coleóptero (2);
asa de ave (3);
asa de barata (4)

são estruturas HOMÓLOGAS:
1.( ) 1, 2, 3 e 4.
2.( ) 1 e 2, apenas.
3.(x) 1 e 3, apenas.
4.( ) 1 e 4, apenas.
5.( ) 2 e 3, apenas.

c. Ordene as categorias de classificação biológica de modo ascendente a assinale a alternativa correta:
R.: Espécie, Gênero, Família, Ordem, Classe, Filo, Reino.

d. Os Protistas, quando comparados com os Moneras, diferenciam-se por apresentarem células dotadas de elementos figurados e carioteca. Assinale a opção que apresenta um representante de cada um desses reinos:
1.( ) esponjas e cianofíceas.
2.( ) algas e platelmintos.
3.(x) plasmódios e bactérias.

e. (Unicamp – SP) De acordo com o sistema binominal de nomenclatura estabelecido por Lineu, o nome cientifico Felis catus aplica-se a todos os gatos domésticos, como angorás, siameses, persas, abissínios e malhados. O gato selvagem (Felis silvestris), o lince (Felis lynx) e o puma ou suçuarana (Felis concolor) são espécies relacionadas ao gato.

  1. A que gênero pertencem todos os animais mencionados? R.: Gênero Felis
  2. Por que todos os gatos domésticos são designados por um mesmo nome cientifico? R.: Pois pertencem a mesma espécie, porém são de raças diferentes.
  

Bibliografia


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ADRIANA MATOS. Classificação dos Seres Vivos. Anais eletrônico. Adriana Matos, 2011. em: < http://www.youtube.com/ watch?v=KWeTAmx2zt8 >. Acesso em 18 de fev. 2013.

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LOPES, Sônia. ROSSO, Sergio. Bio. Vol 3. Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.

BIO GLOSSA. Homologia X Analogia. Anais eletrônico. Bio Glossa. Em: < http:// bioglossa.wikispaces.com/ Homologia+X+Analogia >. Acesso em 19 de fev. 2013.