quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Biologia - Reino Fungi


A importância dos fungos

           Os fungos são popularmente conhecidos como bolores, mofos, leveduras, cogumelos e orelhas-de-pau. Esses organismos eucariontes se alimentam por absorção de nutrientes do meio onde vivem. Para isso, produzem enzimas que são liberadas no meio, digerindo a matéria orgânica; os produtos desse processo são absorvidos pelo fungo. 
A maioria dos fungos atua como decompositores e, com as bactérias decompositoras, são responsáveis pela degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Assim, os fungos contribuem de modo fundamental no ciclo da matéria nos ecossistemas.
            Apesar desse aspecto positivo de decomposição, esse processo realizado pelos fungos é responsável pelo apodrecimento de alimentos e de madeiras, provocando sérios prejuízos econômicos.
            A importância dos fungos também está relacionada ao seu uso como alimento. Certas espécies de cogumelos, como o champignon, o shiimeji e o shiitake, são muito apreciadas na culinária. Há, no entanto, cogumelos alucinógenos que causam danos à saúde humana, podendo provocar a morte. Assim, não se deve ingerir cogumelos sem saber a procedência deles e se são comestíveis.
            Os fungos podem atuar como parasitas de plantas e de animais. A ferrugem que afeta cafeeiros e outras plantas é um exemplo.
            As micoses que surgem na pele humana também são parasitoses causadas por fungos. São exemplos de micose o pé-de-atleta e a pitiriase. O sapinho é uma doença comum especialmente em crianças e é causada por fungos do gênero Cândida, que provocam múltiplos pontos brancos na boca. Essas mesmas espécies causam as candidíase vaginais, doenças sexualmente transmissíveis.

Características gerais dos fungos

            O nome da ciência que estuda os fungos é Micologia (do grego mykes, que significa cogumelos).
            O corpo dos fungos é formado primitivamente por filamentos delgados chamados hifas, que, em conjunto, formam um micélio. O micélio não é considerado um tecido. As hifas propiciam uma grande área em relação ao volume, condição que se mostrou bastante vantajosa na evolução desses organismos, que dependem da absorção de nutrientes do meio.
            Em algumas espécies de fungos, as hifas são formadas por uma massa citoplasmática única, na qual estão imersos vários núcleos, sendo denominadas hifas cenocíticas (ceno= comum; cito= célula). Em outras espécies, as hifas são septadas, isto é, apresentam septos transversais internos que delimitam células com um ou dois núcleos; nesses septos existem poros por onde há comunicação entre o citoplasma dessas células.
            No caso de o fungo apresentar micélio, este pode se diferenciar em vegetativo e reprodutor.
            O micélio vegetativo é formado por hifas que ficam imersas no substrato e dele retiram o alimento necessário para a sobrevivência do fungo. Em ambiente úmido e rico em matéria orgânica, as hifas desse micélio podem crescer rapidamente. Esse crescimento ocorre nas extremidades das hifas, que vão penetrando cada vez mais no substrato, explorando-o na obtenção de alimento.
            O micélio reprodutor é composto de hifas responsáveis pela formação de esporos, células com envoltório resistente que, ao germinarem, dão origem a um novo indivíduo.
            No cliclo de vida dos fungos, geralmente há duas fases que se alternam: uma assexuada e outra sexuada. Muitos fungos permanecem longos períodos na fase assexuada, produzindo esporos por mitose, mas um estímulo pode iniciar a fase sexuada. Esse estímulo acontece, especialmente, quando ocorrem alterações ambientais.
            Na fase sexuada, núcleos haplóides de hifas distintas se associam e atuam como gametas. Na fecundação os gametas se fundem, formando zigotos diplóides, que sofrem meiose. Como não há diferenças morfológicas entre as hifas que se associam, não se fala em sexos masculino e feminino: em vez disso, adota-se, por convenção, os sinais + e- para difrencialá-las. Nos fungos, a meiose é sempre zigótica, sendo o zigoto a única etapa diplóide do ciclo de vida desses organismos.
            As células dos fungos apresentam parede celular formada basicamente por quitina, polissacarídeo presente também em estruturas de certos animais, como as carapaças de artrópodes.
            A substância de reserva é o glicogênio, a mesma que nos animais.

Curiosidades: Fungo gigante

            O micélio vegetativo de um único indivíduo da espécie Armillaria ostoyae, que ocorre no estado de Oregon (EUA), expande-se por cerca de 8,9 km² de área e provavelmente deve ter 2 400 anos e centenas de toneladas, o que o qualifica como o maior organismo da Terra.

Micorrizas

            Algumas espécies de fungo vivem em associação mutualística com outros organismos.
            Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas, formando as micorrizas (raízes que contêm fungos). Nesses casos, os fungos absorvem água do solo, degradam matéria orgânica e absorvem os nutrientes liberados, transferindo-os em parte para a planta, que assim cresce mais sadia. A planta, por sua vez, cede ao fungo açúcares e aminoácidos de que ele necessita como alimento.
            As micorrizas são extremamente importantes nos ecossistemas. A maioria das plantas vasculares forma micorrizas, especialmente micorrizas do tipo arbuscular, nas quais as hifas produzem estruturas ramificadas (arborescentes) dentro do citoplasma de células das raízes. Há também micorrizas em plantas avasculares.

Classificação dos fungos

            Os fungos provavelmente evoluíram a partir dos mesmos ancestrais que originaram os animais: unicelulares eucariontes heterótrofos coloniais eu viviam em ambiente aquático e que apresentavam flagelos em uma fase do ciclo da vida.
            As características que definem esses organismos: parede celular de quitina, hifas, reprodução por meio de esporos e alimentação por absorção de nutrientes do meio.
            Essas características estão presentes nos quatro grupos que hoje se considera como pertencentes ao Reino Fungi, que seria monofilético.
            Logo no inicio da evolução dos fungos, o primeiro grupo que deve ter surgido é o dos Chytridiomycota (quitridiomicetos ou quitridios). Seus esporos são flagelados e recebem o nome de zoósporos (zôo= animal; é comum o uso do prefixo zôo para estruturas com capacidade de deslocamento em função da noção antiga de que só os animais se deslocavam). Os quitrídeos vivem em solos úmidos, em água doce e no mar; alguns são parasitas de plantas e animais.
            Na linhagem que deu origem aos demais grupos houve perda de flagelo. Assim todos os Zygomycota (zigomicetos), Ascomycota (ascomicetos) e Basidiomycota (basidiomicetos) não apresentam esporos flagelados em seus ciclos de vida. Os esporos são sempre imóveis e transportados pelo vento, o que propícia a dispersão da espécie em ambientes aéreo.

Zigomicetos

            Os zigomicetos abrigam espécies que têm sido utilizadas na elaboração de produtos comerciais, como molho de soja, ácidos orgânicos, esteroides, pílulas anticoncepcionais e drogas anti-inflamatórias. Várias espécies formam micorrizas.
            O corpo dos zigomicetos é composto por hifas cenocíticas, mas há também representante unicelulares.
            O exemplo mais marcante do grupo é o bolor preto, da espécie Rhizopus stolonifer, comum no pão.

Ascomicetos

            Esse é o grupo que reúne o maior número de espécies dentre os fungos. Existem espécies unicelulares e espécies que formam hifas septadas.
            Dentre os ascomicetos, estão espécies capazes de produzir substâncias que atuam como antibióticos e que, portanto, combatem bactérias.
            Algumas espécies de ascomicetos são utilizadas nas indústrias de laticínios.

Basidiomicetos

            São exemplos de basidiomicetos os cogumelos do gênero Agaricus, apreciados como alimento e o fungo chamado orelha-de-pau.
            A característica marcante do grupo é o tipo de esporo produzido por meiose na fase sexuada do ciclo: basidiósporo.


Curiosidades: Fermentação 

            O pão que comemos necessita de um fungo, que age como fermento biológico. A rápida multiplicação do fungo produz minúsculas bolhas de gás carbônico, fazendo com que a massa cresça. Essa levedura é o Sccharomyces cerevisiae, fungo unicelular, base para muitas indústrias, além da panificação. A cerveja e todas as bebidas alcoólicas feitas a partir de fermentação também são produtos fúngicos.

Líquenes

            Os líquenes (ou linquens) são associações geralmente mutualísticas entre fungos e algas verdes unicelulares, ou entre fungos e cianobactérias. De maneira geral , os fungos que participam dessa associação são ascomicetos; mas raramente há líquenes com basidiomicetos.
Nos líquenes, a alga, que é autótrofa, realiza fotossíntese e, assim, produz alimento utilizado por ela e pelo fungo. Este, que é heterótrofo, oferece proteção a alga, além de reter sais e umidade, necessários a ambos.
Os líquenes podem se instalar em troncos de árvores, rochas, muros e postes.
A reprodução se faz principalmente por meio de propágulos vegetativos denominados sorédios. Cada sorédio é formado por poucas algas envoltas por algumas hifas dos fungos. É uma estrutura pequena, facilmente transportada pelo vento. As algas e os fungos podem se reproduzir independentemente da formação de sorédios. Os fungos formam corpos de frutificação que ficam evidentes nos líquenes.

Exercícios

1 – ) Foram feitas três afirmações a respeito dos líquens:
I. são organismos que a reprodução se faz principalmente por meio de prpágulos vegetativos denominados sorédios. 
II. os dois tipos de organismos que constituem um líquen são capazes de produzir glicose e oxigênio utilizando gás carbônico, água e energia luminosa.
III. os organismos que constituem um líquen apresentam uma relação mutualística.
Assinale
a) ( ) se apenas uma das afirmações estiver correta.
b) ( ) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
c) (x) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
d) ( ) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.

2 – ) Um grupo de organismos apresenta as seguintes características entre seus representantes:
# secretam enzimas digestivas que degradam grandes moléculas de alimento do
ambiente, depois absorvem os produtos da degradação;
# outros são parasitas absorvendo nutrientes de hospedeiros vivos;
# e outros ainda podem manter relações mutualísticas com outros organismos.
Assinale o grupo que apresenta às características mencionadas.
a) ( ) algas.
b) (x) fungos.
c) ( ) briófitas.
d) ( ) protistas.

3 – ) O pediatra, após observar múltiplos pontos brancos na mucosa da boca de um recém-nascido, diagnosticou a doença como sapinho. À mãe da criança, tranquilizando-a, corretamente informou tratar-se de uma doença causada por:
a) ( ) protozoários
b) ( ) bactérias
c) ( ) vírus
d) (x) fungos

4 – ) A candidíase é uma doença oportunista que geralmente se instala quando o indivíduo está com suas defesas debilitadas. É causada por
a) ( ) protozoários
b) ( ) bactérias
c) ( ) vírus
d) (x) fungos

5 – ) Indique a alternativa que contém as características que são comuns aos fungos e aos animais e que podem ser consideradas como fatores que levam a uma proximidade filogenética.

a)     ( ) Vacúolo contrátil, exoesqueleto, glicogênio.
b)     ( ) Quitina, glicogênio e heterotrofia.
c)      (x) Estruturas locomotoras, quitina, heterotrofia.
d)     ( ) Vacúolo contrátil, exoesqueleto e heterotrofia.

Bibliografia

LOPES, Sônia. ROSSO, Sergio. Bio. Vol 3. Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.

PLANETABIO. Exercícios de Vestibular.  Anais eletrônico. em: < http: / / www . planetabio . com / monerasprotistasfungos . pdf >. Acesso em 28 de fevereiro de 2013.








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