A importância dos fungos
Os fungos são popularmente
conhecidos como bolores, mofos, leveduras, cogumelos e orelhas-de-pau. Esses
organismos eucariontes se alimentam por absorção de nutrientes do meio onde
vivem. Para isso, produzem enzimas que são liberadas no meio, digerindo a
matéria orgânica; os produtos desse processo são absorvidos pelo fungo.
A
maioria dos fungos atua como decompositores
e, com as bactérias decompositoras, são responsáveis pela degradação da matéria
orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Assim, os fungos contribuem
de modo fundamental no ciclo da matéria nos ecossistemas.
Apesar desse aspecto positivo de decomposição, esse
processo realizado pelos fungos é responsável pelo apodrecimento de alimentos e
de madeiras, provocando sérios prejuízos econômicos.
A importância dos fungos também está relacionada ao seu
uso como alimento. Certas espécies de cogumelos, como o champignon, o shiimeji
e o shiitake, são muito apreciadas na culinária. Há, no entanto,
cogumelos alucinógenos que causam danos à saúde humana, podendo provocar a
morte. Assim, não se deve ingerir cogumelos sem saber a procedência deles e se
são comestíveis.
Os fungos podem atuar como parasitas de plantas e de
animais. A ferrugem que afeta cafeeiros e outras plantas é um exemplo.
As micoses que surgem na pele humana também são
parasitoses causadas por fungos. São exemplos de micose o pé-de-atleta e a
pitiriase. O sapinho é uma doença comum especialmente em crianças e é causada
por fungos do gênero Cândida, que provocam múltiplos pontos brancos na
boca. Essas mesmas espécies causam as candidíase vaginais, doenças sexualmente
transmissíveis.
Características gerais dos fungos
O nome da ciência que estuda os fungos é Micologia
(do grego mykes, que significa cogumelos).
O corpo dos fungos é formado primitivamente por
filamentos delgados chamados hifas, que, em conjunto, formam um micélio. O
micélio não é considerado um tecido. As hifas propiciam uma grande área em
relação ao volume, condição que se mostrou bastante vantajosa na evolução
desses organismos, que dependem da absorção de nutrientes do meio.
Em algumas espécies de fungos, as hifas são formadas por
uma massa citoplasmática única, na qual estão imersos vários núcleos, sendo
denominadas hifas cenocíticas (ceno= comum; cito= célula). Em outras espécies,
as hifas são septadas, isto é, apresentam septos transversais internos que
delimitam células com um ou dois núcleos; nesses septos existem poros por onde
há comunicação entre o citoplasma dessas células.
No caso de o fungo apresentar micélio, este pode se diferenciar em vegetativo e reprodutor.
O micélio vegetativo é formado por hifas que ficam
imersas no substrato e dele retiram o alimento necessário para a sobrevivência
do fungo. Em ambiente úmido e rico em matéria orgânica, as hifas desse micélio
podem crescer rapidamente. Esse crescimento ocorre nas extremidades das hifas,
que vão penetrando cada vez mais no substrato, explorando-o na obtenção de
alimento.
O micélio reprodutor é composto de hifas responsáveis
pela formação de esporos, células com envoltório resistente que, ao germinarem,
dão origem a um novo indivíduo.
No cliclo de vida dos fungos, geralmente há duas fases
que se alternam: uma assexuada e outra
sexuada. Muitos fungos permanecem longos períodos na fase assexuada,
produzindo esporos por mitose, mas um estímulo pode iniciar a fase sexuada.
Esse estímulo acontece, especialmente, quando ocorrem alterações ambientais.
Na fase sexuada, núcleos haplóides de hifas distintas se
associam e atuam como gametas. Na fecundação os gametas se fundem, formando
zigotos diplóides, que sofrem meiose. Como não há diferenças morfológicas entre
as hifas que se associam, não se fala em sexos masculino e feminino: em vez
disso, adota-se, por convenção, os sinais + e- para difrencialá-las. Nos
fungos, a meiose é sempre zigótica, sendo o zigoto a única etapa diplóide do
ciclo de vida desses organismos.
As células dos fungos apresentam parede celular formada
basicamente por quitina, polissacarídeo presente também em estruturas de certos
animais, como as carapaças de artrópodes.
A substância de reserva é o glicogênio, a mesma que nos
animais.
Curiosidades: Fungo gigante
O micélio vegetativo de um único indivíduo da espécie
Armillaria ostoyae, que ocorre no estado de Oregon (EUA), expande-se
por cerca de 8,9 km² de área e provavelmente deve ter 2 400 anos e centenas de
toneladas, o que o qualifica como o maior organismo da Terra.
Micorrizas
Algumas espécies de fungo vivem em associação
mutualística com outros organismos.
Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem
associados a raízes de plantas, formando as micorrizas (raízes que contêm
fungos). Nesses casos, os fungos absorvem água do solo, degradam matéria
orgânica e absorvem os nutrientes liberados, transferindo-os em parte para a
planta, que assim cresce mais sadia. A planta, por sua vez, cede ao fungo
açúcares e aminoácidos de que ele necessita como alimento.
As micorrizas são extremamente importantes nos
ecossistemas. A maioria das plantas vasculares forma micorrizas, especialmente
micorrizas do tipo arbuscular, nas quais as hifas produzem estruturas
ramificadas (arborescentes) dentro do citoplasma de células das raízes. Há
também micorrizas em plantas avasculares.
Classificação dos fungos
Os fungos provavelmente evoluíram a partir dos mesmos
ancestrais que originaram os animais: unicelulares eucariontes heterótrofos
coloniais eu viviam em ambiente aquático e que apresentavam flagelos em uma
fase do ciclo da vida.
As características que definem esses organismos: parede
celular de quitina, hifas, reprodução por meio de esporos e alimentação por
absorção de nutrientes do meio.
Essas características estão presentes nos quatro grupos
que hoje se considera como pertencentes ao Reino Fungi, que seria monofilético.
Logo no inicio da evolução dos fungos, o primeiro grupo
que deve ter surgido é o dos Chytridiomycota (quitridiomicetos ou
quitridios). Seus esporos são flagelados e recebem o nome de zoósporos (zôo=
animal; é comum o uso do prefixo zôo para estruturas com capacidade de
deslocamento em função da noção antiga de que só os animais se deslocavam). Os
quitrídeos vivem em solos úmidos, em água doce e no mar; alguns são parasitas
de plantas e animais.
Na linhagem que deu origem aos demais grupos houve perda
de flagelo. Assim todos os Zygomycota (zigomicetos), Ascomycota
(ascomicetos) e Basidiomycota (basidiomicetos) não apresentam esporos
flagelados em seus ciclos de vida. Os esporos são sempre imóveis e
transportados pelo vento, o que propícia a dispersão da espécie em ambientes
aéreo.
Zigomicetos
Os zigomicetos abrigam espécies que têm sido utilizadas
na elaboração de produtos comerciais, como molho de soja, ácidos orgânicos,
esteroides, pílulas anticoncepcionais e drogas anti-inflamatórias. Várias
espécies formam micorrizas.
O corpo dos zigomicetos é composto por hifas cenocíticas,
mas há também representante unicelulares.
O exemplo mais marcante do grupo é o bolor preto, da
espécie Rhizopus stolonifer, comum no pão.
Ascomicetos
Esse é o grupo que reúne o maior número de espécies
dentre os fungos. Existem espécies unicelulares e espécies que formam hifas
septadas.
Dentre os ascomicetos, estão espécies capazes de produzir
substâncias que atuam como antibióticos e que, portanto, combatem bactérias.
Algumas espécies de ascomicetos são utilizadas nas
indústrias de laticínios.
Basidiomicetos
São exemplos de basidiomicetos os cogumelos do gênero Agaricus,
apreciados como alimento e o fungo chamado orelha-de-pau.
A característica marcante do grupo é o tipo de esporo
produzido por meiose na fase sexuada do ciclo: basidiósporo.
Curiosidades: Fermentação
O pão que comemos necessita de um fungo, que age como
fermento biológico. A rápida multiplicação do fungo produz minúsculas bolhas de
gás carbônico, fazendo com que a massa cresça. Essa levedura é o Sccharomyces
cerevisiae, fungo unicelular, base para muitas indústrias, além da
panificação. A cerveja e todas as bebidas alcoólicas feitas a partir de
fermentação também são produtos fúngicos.
Líquenes
Os líquenes (ou linquens) são associações geralmente
mutualísticas entre fungos e algas verdes unicelulares, ou entre fungos e
cianobactérias. De maneira geral , os fungos que participam dessa associação
são ascomicetos; mas raramente há líquenes com basidiomicetos.
Nos
líquenes, a alga, que é autótrofa, realiza fotossíntese e, assim, produz
alimento utilizado por ela e pelo fungo. Este, que é heterótrofo, oferece
proteção a alga, além de reter sais e umidade, necessários a ambos.
Os
líquenes podem se instalar em troncos de árvores, rochas, muros e postes.
A
reprodução se faz principalmente por meio de propágulos vegetativos denominados
sorédios. Cada sorédio é formado por poucas algas envoltas por algumas hifas dos
fungos. É uma estrutura pequena, facilmente transportada pelo vento. As algas e
os fungos podem se reproduzir independentemente da formação de sorédios. Os
fungos formam corpos de frutificação que ficam evidentes nos líquenes.
Exercícios
1 – ) Foram
feitas três afirmações a respeito dos líquens:
I. são organismos que a reprodução se faz principalmente por meio de prpágulos vegetativos denominados sorédios.
II. os dois tipos de
organismos que constituem um líquen são capazes de produzir glicose e oxigênio
utilizando gás carbônico, água e energia luminosa.
III. os organismos que
constituem um líquen apresentam uma relação mutualística.
Assinale
a) ( ) se apenas uma das
afirmações estiver correta.
b) ( ) se apenas as
afirmações I e II estiverem corretas.
c) (x) se apenas as
afirmações I e III estiverem corretas.
d) ( ) se apenas as
afirmações II e III estiverem corretas.
2 – ) Um
grupo de organismos apresenta as seguintes características entre seus
representantes:
# secretam enzimas
digestivas que degradam grandes moléculas de alimento do
ambiente, depois absorvem os
produtos da degradação;
# outros são parasitas
absorvendo nutrientes de hospedeiros vivos;
# e outros ainda podem
manter relações mutualísticas com outros organismos.
Assinale o grupo que
apresenta às características mencionadas.
a) ( ) algas.
b) (x) fungos.
c) ( ) briófitas.
d) ( ) protistas.
3 – ) O
pediatra, após observar múltiplos pontos brancos na mucosa da boca de um recém-nascido,
diagnosticou a doença como sapinho. À mãe da criança, tranquilizando-a,
corretamente informou tratar-se de uma
doença causada por:
a) ( ) protozoários
b) ( ) bactérias
c) ( ) vírus
d) (x) fungos
4 – ) A
candidíase é uma doença oportunista que geralmente se instala quando o
indivíduo está com suas defesas debilitadas. É causada por
a) ( ) protozoários
b) ( ) bactérias
c) ( ) vírus
d) (x) fungos
5 – )
Indique a alternativa que contém as características que são comuns aos fungos e
aos animais e que podem ser consideradas como fatores que levam a uma
proximidade filogenética.
a) ( ) Vacúolo contrátil, exoesqueleto, glicogênio.
b) ( ) Quitina, glicogênio e heterotrofia.
c) (x) Estruturas locomotoras, quitina, heterotrofia.
d) ( ) Vacúolo contrátil, exoesqueleto e heterotrofia.
Bibliografia
LOPES,
Sônia. ROSSO, Sergio. Bio. Vol 3.
Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.
PLANETABIO.
Exercícios de Vestibular. Anais
eletrônico. em: < http: / / www .
planetabio . com / monerasprotistasfungos . pdf >. Acesso em 28 de fevereiro
de 2013.
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