sábado, 20 de abril de 2013

Reino Animalia – Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nematelmintos



Reino Animalia

O reino animal é formado por organismos eucariontes, multicelulares e heterótrofos. Nutrem-se primariamente por ingestão. São também chamados de Metazoa ou metazoários. Algumas poucas formas alimentam-se por absorção. Esse reino compreende os animais, desde as esponjas até o ser humano.

Em geral, os animais se locomovem e possuem órgãos dos sentidos e sistemas nervoso, o que facilita a localização do alimento e a coordenação dos movimentos para a sua captura.

A maioria dos animais apresenta simetria bilateral, isto é, seu corpo pode ser dividido em duas partes simétricas.

Classificação dos animais

A principais etapas do desenvolvimento embrionário:

               A união do espermatozoide e do óvulo produz o zigoto, que se divide várias vezes e forma um cacho de células, a mórula. Esta se transforma em uma esfera oca, a blástula, cuja cavidade é chamada de blastocele. A esse estágio se segue o de gástrula, no qual já é ectoderme e a endoderme. Os animais que apresentam apenas essas duas camadas são chamados de diblásticos ou diploblásticos. Aqueles que desenvolvem uma terceira camada, a mesoderme, são chamados de triblásticos ou triploblásticos. Dessas camadas se originam todos os tecidos e órgãos do animal.

               No estágio de gástrula, o embrião possui uma cavidade, o arquêntero, que originará a cavidade do tubo digestório do animal. Ela comunica-se com o exterior por um orifício, o blastóporo, esse orifício origina a boca. Nos deuterostômios a boca forma-se mais tarde em outra região, e o ânus forma-se do blastóporo ou em uma região próximo a ele.

               Em alguns animais surge uma cavidade no meio da mesoderme, o celoma, que no adulto formará a cavidade geral do corpo, situada entre a epiderme e o tubo digestório e que aloja diversos órgãos. Esses animais são chamados de celomados. Aqueles que não possuem uma cavidade no corpo que não se formou dentro da mesoderme, mas da blastocele, sendo, por isso, chamada de pseudoceloma; os animais são pseudocelomados.

Veja no quadro a seguir como os animais podem ser agrupados de acordo com o desenvolvimento embrionário:



Poríferos

Os animais classificados no filo Porifera são as esponjas, aquáticos, fixos, sem tecidos definidos nem sistema nervoso. O corpo é revestido por uma camada de células, chamadas de pinacócitos, interrompida por porócitos, células com poros que permitem a entrada de água com alimento e oxigênio. No interior há uma cavidade e na parte superior uma abertura maior, pela qual sai a água.

               As esponjas não possuem boca nem cavidade digestória; elas são animais filtradores: células especiais com flagelos, os coanócitos, promovem a circulação de aguá no interior da esponja e capturam, por fagocitose, seres unicelulares, que são digeridos. Uma parte do alimento digerido é transferida para os amebócitos, células que também realizam digestão e distribuem o alimento para as outras células. Portanto, a digestão é exclusivamente intracelular.

               A sustentação da esponja é dada por uma rede macia e flexível de filamentos protéicos. Além dessa rede, algumas esponjas possuem um esqueleto formado por espículas de calcário ou de sílica, os espongioblastos e os escleroblastos.

               Nesses animais não há sistemas responsáveis pela respiração, pela circulação e pela excreção. O oxigênio, o gás carbônico e as excretas entram nas células e saem delas por difusão e são levados pela corrente de água. Como nenhuma célula está longe da água, a difusão é suficiente para o transporte de substâncias e o alimento chega com a corrente da água.

               A reprodução pode ser assexuada ou sexuada, com formação de larvas móveis, importantes para a dispersão de um animal fixo, que, de outra forma, não poderia colonizar novos ambientes.

Cnidários

               No filo Cnidaria estão os corais, as águas-vivas, as anêmonas, as caravelas e as hidras, animais aquáticos, quase todos marinhos, e diblásticos. Como adaptação à vida sedentária ou com pouca movimentação, apresentam simetria radial. Há duas formas de animais:

*polipoide ou pólipo -  cilíndrica, fixa ou com pouca mobilidade, com uma das extremidades apoiada em um substrato qualquer e a outra livre; a abertura bucal está rodeada de tentáculos;

*medusoide ou medusa -  arredondada e com vida livre; a boca localiza-se na face inferior e na periferia do corpo existem tentáculos.

A parede do corpo é formada pela epiderme e pela gastroderme. Entre elas há uma camada gelatinosa, a mesogléia. Na epiderme há células sensoriais e células mioepiteliais, responsáveis pela proteção e pelo movimento do corpo. Há também células urticantes, com uma pequena cápsula, que injeta por um estilete uma substância tóxica na pele de quem toca a sua superfície. Essa toxina paralisa e mata os animais que servem de alimento aos cnidários. Os cnidócitos causam queimaduras nas pessoas que entram em contato com a água-viva e com a caravela.

Apresentam digestão intracelular e extracelular. A digestão depende de enzimas produzidas por células glandulares da gastroderme. Não possuem sistema respiratório, circulatório e excretor. O sistema nervoso é difuso, composto de uma rede de células nervosas.
A reprodução é sexuada ou assexuada, podendo alternar-se.

O filo dos cnidários divide-se em três classes:

*Hydrozoa – há espécies na forma pólipo, medusa e que apresentam alternância de gerações. Ex.: hidra, Obelia e Physalia ou caravela portuguesa;

*Scyphozoa – sempre marinhos, com a forma medusa mais desenvolvida que a dos hidrozoários; na reprodução também ocorre o ciclo com alternância de gerações; Ex.: água- viva;
*Anthozoa - representados essencialmente pela forma pólipo; são marinhos e podem ter vida isolada, como a anêmona, ou formar colônias, como os corais, que secretam um esqueleto calcário, responsável pela formação dos recifes de corais.

Platelmintos

No filo Platyhelminthes estão as planárias, as solitárias e os esquistossomos, animais de corpo achatado, triblásticos e acelomados, com simetria bilateral, apresentando uma região anterior com órgãos sensoriais. O tubo digestório é incompleto; algumas espécies parasitas não têm tubo digestório. Não há sistema respiratório nem circulatório. O sistema de excreção é formado pelas células-flamas, flageladas.

No sistema nervoso há gânglios nervosos e dois cordões nervosos. Alguns animais possuem ocelos, que acusam a presença de luz, e quimiorreceptores, que indicam a presença de substâncias químicas no ambiente.

Em relação à reprodução, a planária pode realizar reprodução assexuada, partindo o corpo em dois pedaços, ou sexuada. Ela e a tênia são hermafroditas ou monóicas, e o esquistossomo é dióico.

Esses animais estão divididos em três classes:

*Turbellaria – a maioria das espécies é aquática, de vida livre; o termo turbelário vem do turbilhão provocado na água pelos cílios que cobrem a pele desses animais; o principal exemplo é a planária;

*Trematoda – seu corpo é revestido por uma cutícula com ventosas de fixação; possuem tubo digestório com boca; exemplos: Schistosoma mansoni e Fasciola hepática, ambos parasitas.

*Cestodea -  os principais exemplos dessa classe são as solitárias ou tênias; seu corpo é formado por uma repetição de segmentos ou anéis. Na região anterior há estruturas de fixação e, na Taenia solium, também uma coroa de ganchos. Não possuem tubo digestório. Esses parasitas causam a teníase. O hospedeiro definitivo é o ser humano.


Nematódeos

               Antes, o filo Nematodea era uma classe do filo dos asquelmintos. Hoje, o termo asquelminto designa um conjunto de oito filos, dos quais os nematódeos são os representantes mais abundantes, encontrados em grande quantidade no solo, na água e como parasitas de animais vegetais.

               São vermes cilíndricos, afiliados nas extremidades, assemelhando-se a um fio, triblásticos, pseudocelomados e com o corpo coberto por uma película muito resistente, secreta pela epiderme. São os primeiros animais a apresentar tubo digestório completo. Não têm sistema respiratório nem circulatório. O sistema excretor é formado por tubos longitudinais ou células especiais. O sistema nervoso é constituído por um anel em volta do esôfago, do qual partem cordões nervosos longitudinais. Na maioria dos casos, os sexos são separados e a fecundação é interna.

               Há parasitas monóxenos e heteróxenos. A Ascaridíase ou ascaríase é um exemplo de doença humana causada por eles, causada pelo Ascaris Lumbricoides; os ovos são expulsos nas fezes, e se desenvolvem no interior de uma larva; Se não houver saneamento básico, os ovos podem chegar ao solo e contaminar água e alimentos.


Exercícios


1 Qual o sistema de sustentação do corpo das esponjas?
R.: A sustentação da esponja é dada por uma rede macia e flexível de filamentos protéicos.


2 Que tipo de simetria os cnidários apresentam?
R.: Simetria radial.


3 Como é o sistema excretor dos platelmintos?
R.: O sistema de excreção é formado pelas células-flamas, flageladas.


4 Como pode ser a reprodução das esponjas?
R.: Assexuada ou sexuada, com formação de larvas móveis, importantes para a dispersão de um animal fixo, que, de outra forma, não poderia colonizar novos ambientes.


5 Como é a disgestão dos cnidários?
R.: Digestão intracelular e extracelular, dependendo de enzimas produzidas por células glandulares da gastroderme.


Bibliografia


LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. BIOLOGIA. São Paulo: Editora Ática, 2009.



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